Descalço sigo caminhando
Devagar por entre as pedras
Não sinto mais dor, calor ou frio
Os pés calejados estão acostumados a seguir
As imagens passam em câmera lenta
Os olhos calejados já não se emocionam
As lágrimas secaram e sufocaram a vontade de chorar
O coração bate devagar e sem vontade
Desanimado e triste
Preferindo ficar calado a sofrer novamente
Calado eu sigo
Pois a vontade de falar se foi há tempo
E a boca calejada não mais sorri
O corpo trêmulo segue
Sem pressa
Por entre as pedras
E a mente?
Ah, a mente está tão calejada
Que não consegue mais pensar
Mas a alma segue intacta
Sabendo que encontrará esperança
Em algum lugar