quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A alma

Descalço sigo caminhando
Devagar por entre as pedras
Não sinto mais dor, calor ou frio
Os pés calejados estão acostumados a seguir

As imagens passam em câmera lenta
Os olhos calejados já não se emocionam
As lágrimas secaram e sufocaram a vontade de chorar

O coração bate devagar e sem vontade
Desanimado e triste
Preferindo ficar calado a sofrer novamente

Calado eu sigo
Pois a vontade de falar se foi há tempo
E a boca calejada não mais sorri

O corpo trêmulo segue
Sem pressa
Por entre as pedras

E a mente?
Ah, a mente está tão calejada 
Que não consegue mais pensar

Mas a alma segue intacta
Sabendo que encontrará esperança
Em algum lugar

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