domingo, 27 de junho de 2010

Ausente

Talvez não seja assim. As vezes você imaginou tudo e agora fica ai, perdida, achando que acabou. Talvez nem tenha começado. Pode ser que você tenha ido embora antes dele chegar e vocês nem se encontraram. Pode ser que ela tenha olhado pra você, mas passou direto sem prestar atenção.
Você pode ser só mais um no mundo. Apenas mais um a afundar no abismo e ninguém perceber que você se foi. Talvez você tenha passado parte da sua vida achando que estava com as pessoas certas, mas você nem sabe quem são as pessoas certas.
Pode ser que você tenha se atrasado e perdeu o ônibus, e perdeu a chance de conhecer alguém que poderia mudar sua vida. Ou quem sabe você tenha pegado o ônibus certo, mas sentou lá no fundo, de cara triste, vendo a chuva na janela.
Amanhã pode ser um dia comum, mas a esperança sempre acorda quando o despertador toca. Aí é a hora de pensar que algo novo pode acontecer, que vai aparecer algo e te tirar dessa depressão e vai dar um sentido pra sua vida. Enquanto isso não acontece, ficamos divagando, alheios a tudo que acontece a nossa volta. Só espero estar atenta quando você aparecer, para não me perder e continuar vagando por aí.




Trilha Sonora: Elvis Plesley - Álbum The Fool [1973]

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Acreditar

Eu acredito no amor
Acredito no tato, no fato, no olfato
Acredito na verdade, na alegria, no sorriso

Eu acredito no desejo
Acredito na vontade, no fogo, no ter
Acredito no querer, no poder, no ser

Eu acredito que sim
Eu acredito que não
Acredito sempre

Eu acredito no calor
Eu acredito no olhar, no sentir, no ouvir
Eu acredito na paz e na esperança

Eu acredito em mim
Eu acredito em nós
Eu acredito

terça-feira, 15 de junho de 2010

Invejo os Romances.

Na mesma hora que eu amo o cinema, eu odeio. Xingo, invejo, choro, tenho ciúme. Seja porque tudo dá certo dentro dos filmes, ou porque nada dá certo aqui na vida real.
Aprendi exagerar assistindo longas, mas isso não é exagero, é a pura verdade. Cinema ilude, romance não existe. Minto. Romance existe, só não dura.
Uma vez eu tive um amor, lindo, lindo. Daqueles que me tiravam do chão - e eu não estou falando de amores adolescentes - tô falando de A-M-O-R. Foi do tipo 'eterno enquanto durou', mas não durou. Acabou sem aviso prévio e me deixou aqui, lisa, limpa e com um vazio enorme no peito. Um vazio que não fecha, e ele não fecha não é porque eu não quero esquecer não, é porque ele faz questão de se manter aberto pra mostrar que aquele amor foi diferente de todos os outros. E ai eu me pergunto, o que aconteceria nos filmes essa hora? Com certeza ele iria reaparecer - quase no final - e nós seríamos felizes para sempre.
Mas quem disse que eu quero que ele volte no final? Eu quero o amor agora e sempre. Não quero o vazio me acompanhando a vida toda pra ser feliz no final, eu quero me encher de amor e de alegria. Os filmes me iludem, e eu sou boba por me deixar iludir.
Choro e idealizo o fim, mas eu queria muito ser feliz sem precisar chegar o fim.
E pra piorar, eu não consigo viver sem cinema, nem sem amor. Deve ser por isso que fico me iludindo e sonhando com os amores dos filmes, pra ver se um dia acho um amor assim na vida real também.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Use Mais

Eu devia parar de tentar ser engraçada, as pessoas não se interessam em mim - e muito menos no que eu sou.
Ando percebendo que as pessoas tem se interessado mais no que as pessoas tem. Acho tudo isso uma falsidade tremenda você procurar o outro só porque ele tem algo que te interessa.
E quando eu digo ter, não quer dizer apenas ter algo material, as vezes você sem a graça ou a alegria que aquela pessoa precisa no momento, mas quando ela adquire isso, ela te descarta.
É estranho falar 'te descarta', mas é a pura verdade. Você é jogado pra escanteio como se fosse um nada. E não tente ir atrás se é você quem está precisando de companhia, há sempre uma desculpa te esperando.
Eu sei que essa é uma análise muito cruel, que muitas vezes dói e machuca, mas é a verdade e você sabe disso. É perceptível quando as pessoas te procuram só quando elas querem, mas isso não acontece só assim. Quantas pessoas você procura quando você precisa, e quando não precisa você nem lembra que elas existem?
Pois é, acho que tá na hora de usar menos as pessoas, ou usar mais.
Usar sempre, sem medo. Quanto mais você usar, mais você vai ver que ficar sem aquela pessoa é terrivel. A gente sempre sente falta do que a gente usa muito.