sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Lembranças

De olhos fechados eu mantenho viva a lembrança da vida. Uma vez que tenha passado, o fato se torna simples e acabado. A lembrança se torna presente na minha mente. E, quando abro os olhos, vejo a minha vida passar como um filme preto e branco. De repente, vejo que as memórias criam vida e força dentro de mim. Tudo se enche de cor e de forma: a loucura de viver, os caminhos percorridos, os olhares perdidos e a felicidade. Vejo tudo o que eu fiz passando diante de mim, e eu nada posso fazer, apenas assistir. Uma vida é pouco para viver tudo o que temos para viver. É pouco para viver todo esse mundo, todas essas explosões de cores, formas e sentimentos que nos cercam. Agora que estou aqui, inerte, assistindo tudo como um mero telespectador é que percebo o quão bom era ser o protagonista. As brigas, os beijos, as chuvas, o mar, as lágrimas e os sorrisos, tudo isso me parecia simples demais e eu acabei deixando passar sem dar importância em viver e agora eu vejo que isso é tudo o que eu tinha. Isso é vida. Vida! Eu já não tenho mais nada, viver já não é o meu caminho. Me resta apenas assistir o meu filme preto e branco e colorir minhas melhores lembranças, e fazer com que elas se tornem vivas dentro de mim. Agora sim, eu tenho toda a eternidade para aprender a viver.

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